sábado, 22 de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Nossa educação superior vai mal


MEC divulgou o IGC, o CPC e o conceito Enade do ciclo 2008 a 2011. Confira quais instituições e cursos tiveram conceito considerado suficiente.
Do G1, em São Paulo
O Ministério da Educação divulgou, no fim da tarde desta quinta-feira (6), os conceitos do Índice Geral de Cursos (IGC) referentes ao ciclo de avaliações entre 2008 e 2011 de 2.136 universidades, faculdades e centros universitários, e os resultados dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) de 4.403 instituições, que incluem a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) aplicado no ano passado. O cálculo do IGC inclui a média ponderada dos Conceitos Preliminares de Curso e os conceitos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável por avaliar os programas de pós-graduação das instituições. O conceito varia entre 1 e 5 e o MEC considera insuficiente qualquer conceito abaixo de 3. Na planilha do IGC, as 2.136 instituições de ensino superior estão divididas em três categorias: são 226 universidades, 140 centros universitários e 1.770 faculdades. É possível checar o número de cursos avaliados e o conceito da graduação, do mestrado e do doutorado.

DESEMPENHO DAS INSTITUIÇÕES NO ÍNDICE GERAL DE CURSOS (IGC) DE 2011
Conceito*
Nº de instituições
%
1
9
0,4
2
568
26,6
3
1.081
50,6
4
190
8,9
5
27
1,3
Sem conceito
261
12,2
TOTAL
2.136
100
Fonte: MEC
*O MEC considera como insuficiente qualquer conceito que esteja nas faixas 1 e 2
Já a composição do CPC tem três pesos: 55% da nota corresponde ao desempenho dos estudantes concluintes do curso no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 30% equivale à titulação dos professores e ao seu regime laboral, e 15% da nota é composta dos índices de infraestrutura e organização didático-pedagógica da instituição. A planilha do CPC inclui mais detalhes sobre 7.576 unidades de cálculo (que incluem cursos de graduação, inclusive licenciaturas e os tecnológicos) de instituições públicas e particulares. Além da nota do Enade 2011 de cada unidade, o documento revela ainda a nota das instituições em relação à infra-estrutura e à organização pedagógica do curso. É possível ver ainda quantos estudantes em fase de conclusão do curso foram inscritos no Enade e quantos deles participaram da prova --no total, 374.220 concluintes estavam inscritos, e 302.098 fizeram o Enade. A planilha revela quantos estudantes ingressaram no curso e a porcentagem deles que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Elas também foram divididas nos conceitos de 1 a 5: 38 instituições (0,5% do total) tiveram conceito 1 e 938 (12,4% do total) receberam o conceito 2. O MEC considera satisfatórios os conceitos 3, 4 e 5, conquistados por 3.166, 1.979 e 203 instituições, respectivamente. Outras 1.252 instituições de ensino superior ficaram sem conceito em 2011.
Mais de 500 instituições com nota insuficiente
Em coletiva de imprensa nesta quinta, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que entre 2008 e 2011 houve uma "melhora generalizada" na qualidade dos cursos e instituições. "Há uma série de esforços, de requisitos que estão levando à evolução", afirmou ele, durante entrevista coletiva em Brasília nesta quinta. Ele creditou parte da evolução a iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que atrela a participação de instituições privadas à manutenção de índices mínimos de qualidade. Porém, os dados mostram que 27% das instituições de ensino superior brasileiras tiveram conceito insuficiente no Índice Geral de Cursos (IGC) em 2011. Das 2.136 universidades, faculdades e centros universitários avaliadas, nove tiveram conceito 1 e 568 atingiram o conceito 2. As duas categorias somam, respectivamente, 0,4% e 26,6% do total. Mercadante afirmou que o ministério será "rigoroso" na aplicação de penalidades às instituições que permanecerem em índices insuficientes. "Uma instituição que era 1 e continua 1 é inaceitável. Ponto. No ciclo de três anos, quem está estagnado analisaremos com muito rigor. Tomaremos medidas complementares, elas não só deixarão de ter acesso Prouni e Fies", afirmou o ministro. Metade das instituições (1.081, ou 50,6% do total) tiveram conceito 3, enquanto 190 instituições (8,9%) alcançaram o conceito 4 do índice. Apenas 27 delas, o correspondente a 1,3% do total, tiveram a nota máxima no Índice Geral de Cursos. Os resultados do IGC mostram uma pequena evolução em relação a 2008, quando 28,4% das 2.128 instituições avaliadas tiveram conceito insuficiente e apenas 1% delas atingiram a nota máxima.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Brasil está em penúltimo lugar em educação



O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong. Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados. Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação. Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados. Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber. "A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos". No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
CULTURA E IMPACTOS ECONÔMICOS
Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura. Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos. O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual. Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado". Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking. Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas. Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, veem-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido. O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários. Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
DIAGNÓSTICO
Num outro ranking, abrangendo mais países, o Brasil está no 88º, em 2011. A pergunta é: Por quê? A gestão ineficiente, o desprestígio do magistério e a má formação dos professores são alguns dos empecilhos ao salto educacional brasileiro.
Marcelo Gonzatto – do jornal ZERO HORA (Agosto de 2012) 
Os problemas da educação brasileira extrapolam os limites da sala de aula. O desempenho pífio revelado em avaliações internacionais se deve a uma combinação de falhas de educadores, governantes e famílias, na opinião de especialistas. Essas deficiências incluem erros de gestão, falta de recursos e pouca cobrança social por resultados que façam jus ao atual peso econômico e político do Brasil.
O desafio de alcançar um ensino de qualidade foi eleito o tema da nova campanha institucional do Grupo RBS, deflagrada na terça-feira, 28 de Agosto de 2012, sob o slogan A Educação Precisa de Respostas. Para investigar quais são os principais nós que comprometem a aprendizagem no país e descobrir como desatá-los, uma série de reportagens em rádios, tevês e jornais vai responder a questionamentos concretos sobre o atual cenário da educação nacional.
A primeira dessas perguntas é como pode um país que alcançou a sexta posição entre as maiores economias do planeta ostentar um constrangedor 88º lugar em um ranking mundial publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no ano passado. As respostas, oferecidas por especialistas nacionais na área, resumem os principais entraves ao avanço educacional brasileiro.
Superados estes obstáculos, o país poderia experimentar nos próximos anos um acréscimo de qualidade significativo nas escolas e vencer um atraso histórico.
— Temos de levar em conta que começamos a nos preocupar com educação com quatro, cinco séculos de atraso em relação a outros países. É impossível recuperar isso do dia para a noite, mas temos de investir melhor para não perdermos mais tempo — observa o economista Claudio de Moura Castro.
Confira, a seguir, alguns dos principais empecilhos ao salto educacional brasileiro.
1 - GESTÃO INEFICIENTE
Especialistas em educação sustentam que não basta apenas despejar mais dinheiro no sistema educacional brasileiro. Outra disciplina em que o país encontra dificuldades é como aplicar bem os recursos disponíveis — que este ano devem somar R$ 114 bilhões.
— Há mau gerenciamento, e não é porque as pessoas são incompetentes. As estruturas são viciadas por clientelismo e corporativismo. Há nomeações políticas de diretores, em muitos lugares há dois professores para cada classe, tem muita gente que não trabalha. É uma cultura gerencial difícil de desmontar — avalia o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira.
Exercício
A proporção de alunos por professor é ruim em muitas regiões do país. Conforme informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em cidades do Piauí, por exemplo, há apenas oito alunos para cada professor — o que torna o sistema caro e pouco eficiente.
No Rio Grande do Sul, um estudo da especialista em Educação e ex-secretária estadual Mariza Abreu aponta que há 17 alunos por professor na rede estadual — mas, considerando os educadores que estão fora de aula, cedidos para outras atividades, essa média cai para 15 por um. A própria CNTE entende que esse indicador deveria ficar entre 18 e 23 para um.
Tema de casa
O Brasil deve aprimorar a gestão da educação, melhorar a administração escolar, evitar interferências políticas e qualificar a distribuição de recursos e pessoal para aumentar a eficiência das redes de ensino.
2 - DESPRESTÍGIO DO MAGISTÉRIO
Falhas na gestão do ensino explicam, em parte, a dificuldade para desatar outro nó da educação brasileira: a baixa remuneração dos professores — tanto na rede pública quanto na particular. Os baixos salários têm duplo impacto: além de oferecerem pouco estímulo aos profissionais em ação, afugentam da carreira muitos dos melhores alunos.
– A baixa aprendizagem decorre da ausência de professores com qualidade. Tornar o magistério um objeto de desejo dos jovens é fundamental. Nos países com boa educação, ser professor tem bom retorno financeiro e reconhecimento social — avalia Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos pela Educação.
No Painel RBS realizado na terça, o especialista observou que, enquanto um professor ganha, em média, R$ 1,8 mil, outro profissional com titulação equivalente recebe R$ 2,8 mil. Países que estão no topo da educação mundial, como Coreia do Sul e Finlândia, pagam bem seus professores, o que lhes permite atrair mais interessados e selecionar os melhores.
Exercício
No Brasil, um professor que receba o piso nacional de R$ 1.451 acumula ao longo de um ano, incluindo o 13º salário, o equivalente a cerca de US$ 9,3 mil.
Tema de casa
Para melhorar as condições de vida dos professores e atrair profissionais mais capazes, o país precisa elevar a remuneração dos educadores. A média dos países da OCDE, por exemplo, fica ao redor de US$ 30 mil anuais, cerca de três vezes mais do que o piso brasileiro em dólar.
3 - MÁ FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Para especialistas, o modelo de treinamento dos mestres brasileiros é uma das razões principais para o desempenho pífio dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais. A principal crítica é de que os cursos não preparam adequadamente.
— Em primeiro lugar, para se formar um bom professor, você tem de aprender o conteúdo a ser ensinado. Em segundo, você tem de aprender a dar aula. O terceiro é tudo mais, ou seja, cultura, ideologia, identidade do professor, antropologia e sociologia da educação, legislação, tudo o que é periférico. No Brasil, as faculdades só ensinam o “tudo mais”, o periférico. Faltam os temas centrais — diz o economista e especialista em educação Claudio de Moura Castro.
Exercício
Além da má formação, em muitos casos o professor brasileiro não tem a graduação exigida para dar aula.
Tema de casa
Na avaliação de especialistas, o Brasil precisa revisar a formação dos professores, agregando mais prática à teoria, e ampliar o acesso dos educadores aos cursos superiores de licenciatura.
4 - BAIXO INVESTIMENTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Um dos problemas que o país precisa resolver para elevar a qualidade do seu ensino é de matemática. O Brasil aplica, em média, um valor muito baixo para cada estudante da educação básica. O gasto público, em 2010, era de apenas R$ 3,5 mil ao longo de um ano. Isso representa todo o investimento estatal feito diretamente em educação dividido pelo número de alunos.
— Ainda investimos menos do que países como Argentina, México ou Chile — compara Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação.
Uma comparação internacional feita com base nas cifras aplicadas em 2008 convertidas para dólar demonstra que, em uma lista de 34 países, o Brasil só aplicou mais dinheiro por aluno de qualquer nível de ensino do que a China. Outro problema é o desequilíbrio entre os níveis educacionais. Enquanto há R$ 17,9 mil disponíveis ao ano para cada universitário, o estudante do Fundamental ao Médio conta com cinco vezes menos.
Tema de casa
O Brasil está discutindo para quanto deve se elevar o gasto nacional em educação. Atualmente em 5,1% do PIB, o novo Plano Nacional de Educação prevê um crescimento para até 10%.
5 - POUCA INOVAÇÃO NA SALA DE AULA
As dificuldades de formação e remuneração dos profissionais da educação, somadas às restrições de orçamento, resultam em outro problema: a dificuldade para apresentar um sistema de ensino renovado, inovador e capaz de despertar o interesse dos estudantes.
— Temos hoje uma situação em que a escola é do século 19, o professor é do século 20, mas o aluno é do século 21. Precisamos colocar todos no mesmo século. Para isso, é preciso ter um currículo atraente, com inovação e criação de mecanismos que estimulem a pesquisa. O aluno do século 21 não quer coisa pronta, enlatada – analisa Mozart Neves Ramos.
Exercício
A pesquisa O Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Escolas Brasileiras, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou no ano passado que 92% das escolas públicas urbanas têm computador conectado à internet, mas...
...apenas 4% dos equipamentos estão presentes na sala de aula.
...64% dos professores acreditam que os alunos sabem mais do que eles sobre uso da informática.
...75% dos educadores dependem de apoio informal para usar a informática na educação.
Tema de casa
O país precisa realizar uma combinação de mais investimento, melhor formação e estímulo à renovação das práticas de ensino a fim de torná-lo mais atraente, interativo e adequado ao mundo digital do século 21.
6 - BAIXA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Os problemas da educação brasileira não estão apenas dentro do colégio. Um dos elementos apontados para o mau desempenho internacional é o pouco envolvimento de quem está do lado de fora dos muros escolares no universo da educação. A pouca intimidade foi demonstrada pela pesquisa Educar Para Crescer, realizada pelo Ibope: 72% das famílias brasileiras se dizem “satisfeitas”com a educação nacional, e dão uma média 7 (em uma escala de zero a 10) para as escolas públicas e privadas.
Exercício
Confira indícios da pouca importância que a educação tem no imaginário da população brasileira:
— 70% não sabem o que o prefeito está fazendo para melhorar a qualidade do ensino
— 1% dos eleitores considera as propostas de educação determinantes na hora do voto
— 89% não veem a educação como principal problema do país
— 20% acreditam que a educação também responsabilidade da população
— 7% acham que educação é responsabilidade dos pais
— 68% pensam que a responsabilidade é do governo.
Informações da Folha de São Paulo e do jornal Zero Hora.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

sábado, 24 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As metas da educação no Brasil


Do portal da revista EDUCAÇÃO
Veja quanto falta para o país atingir as metas do novo Plano Nacional de Educação
Após 18 meses de tramitação, a Câmara dos Deputados aprovou essa semana o Plano Nacional de Educação (PNE). O documento define 20 metas educacionais que devem ser cumpridas até 2012, como a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos. O texto segue agora para aprovação do Senado.
Durante esses meses, a Educação analisou quanto falta para o país atingir algumas dessas metas. Veja abaixo uma compilação desses dados.
Ensino médio: é preciso acelerar
A terceira meta do novo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece duas prioridades: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, na mesma faixa etária. Para atingi-las, será preciso que haja uma evolução bem mais rápida que a ocorrida nos últimos anos.
No que tange à universalização, o crescimento da cobertura tem sido lento. Em 1999, o atendimento escolar para jovens de 15 a 17 anos era de 76,1%. Cinco anos depois, a taxa subiu para 79,2% - entre 1999 e 2004, uma evolução de 4,07%. Em 2009, o percentual de jovens com acesso à escola foi de 82,2%, com uma taxa de crescimento um pouco menor que a do período anterior, de 3,78%. Para que a meta se concretize e a taxa seja de 100% em 2016, é preciso que o crescimento seja quase seis vezes maior que o do período anterior.
Aumentar a taxa líquida de matrícula (que indica a porcentagem de alunos frequentando escola no nível adequado) também exigirá esforço significativo. O gráfico abaixo mostra que a taxa líquida passou de 20% em 1992 para 44% em 2000, crescimento de 120%. Depois dessa arrancada, a expansão passou a crescer em ritmo mais vagoroso, atingindo os 50,9% em 2009, evolução de 15,6% no período. Para chegar a uma taxa líquida de 85%, o crescimento de 2011 a 2020 terá de ser mais de quatro vezes maior que o do período anterior.
A trajetória do Ideb
A meta número sete do novo Plano Nacional de Educação traz à tona uma boa notícia: em 2009, as médias nacionais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) já estavam praticamente dentro dos índices previstos para 2011. Como mostra a tabela abaixo, a média esperada em 2011 para os anos iniciais do ensino fundamental era 4,6 (já alcançada em 2009). Para os anos finais do fundamental, o Ideb esperado era 3,9 - a meta foi ultrapassada em 2009. No ensino médio, espera-se um Ideb de 3,7 em 2011 - a média dois anos antes foi de 3,6.
Para alcançar a meta de 2021, o Brasil precisa ganhar 1,4 ponto no primeiro ciclo do ensino fundamental, 1,5 ponto no segundo ciclo do fundamental e 1,6 no ensino médio. A julgar pela trajetória do Ideb até aqui, a maior dificuldade será justamente com o ensino médio. De 2005 a 2009, o avanço foi de 0,2 ponto - no primeiro e no segundo ciclos do fundamental, a variação foi de 0,8 e 0,5, respectivamente.
O Ideb é calculado com base na taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação Nacional da Educação Básica (Saeb). O índice foi criado em 2007 pelo Inep como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Alfabetismo em foco
Entre 1970 e 2000, o Brasil aumentou a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais em 28%. Em 1970, o índice era de 67,1% e passou para 86,4% em 2000. Nessas três décadas, a que apresentou maior evolução percentual da base de alfabetizados em dez anos foi a 70/80, com aumento de 9,6% do total, seguida do período 91/2000, com 8,1%. A famosa "década perdida" - o período entre 80 e 91 - foi o de crescimento mais baixo, com 7,1%. Depois disso, a velocidade de redução do problema diminuiu. De 2000 a 2009, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - os dados anteriores são do Censo - a evolução foi de 4,51%, com a taxa de alfabetização chegando aos 90,3%.
Para alcançar a meta 9 do Plano Nacional de Educação tal como proposta pelo governo, ou seja, elevar a taxa de alfabetização desse segmento para 93,5% em 2015 (o objetivo final é a erradicação do analfabetismo em 2020), será preciso progredir, em cinco anos, em uma velocidade quase equivalente a esta - expansão de 3,54% do alfabetismo.
No entanto, quanto mais se reduz o percentual geral de analfabetos, parece ficar mais difícil atingir as metas. A chave para isso está em acertar a receita para a Educação de Jovens e Adultos. A modalidade perdeu 700 mil alunos de ensino fundamental entre os anos de 2006 e 2009. Entender o que não está funcionando neste ciclo será fundamental para atingir a meta.
Um desafio antigo
Em 2009, apenas 67% dos 1,9 milhão de docentes brasileiros apresentavam formação de nível superior. O percentual, que ainda pode ser considerado pequeno, representa um salto de aproximadamente 15 pontos percentuais em relação a 2000, quando o valor era de 52% (em relação a 2,4 milhões de profissionais). Sem levar em conta as variações no número total de docentes, é possível fazer uma projeção estimada do percentual de professores com diploma de ensino superior em 2019: 82%. O percentual está longe dos 100% previstos pela meta 15 do Plano Nacional de Educação (até 2020 todos os professores da Educação Básica deverão ter formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuarem).
Uma das estratégias para que a meta seja cumprida foi a criação do Plano Nacional para Formação de Professores. Com objetivo de assegurar até 2014 uma vaga gratuita em universidade a todos os professores sem diploma de grau superior, o programa não atingiu o número de matrículas esperado: a previsão era chegar em 2011 com 240 mil matriculados. No final de 2010, o total de alunos estava na faixa dos 80 mil - apenas 12,5% dos professores sem formação superior.
Escolaridade na zona rural
O brasileiro tem em média 7,5 anos de estudo, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta 8 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que a escolaridade média da população de 18 a 24 anos deve ser elevada de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, das regiões de menor escolaridade e dos 25% mais pobres. Essa realidade está longe de ser atingida, ao menos no que diz respeito às populações rurais. Em 2001, apenas 0,2% dos 22,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade, residentes na zona rural, completaram 12 anos de estudo. Oito anos depois, esse número teve um aumento de 0,69 ponto percentual - de um total de 26,3 milhões de pessoas, 246 mil atingiram os 12 anos de estudo.
Uma análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a Pnad entre 1992 e 2009 reforça a ideia de que o país encontrará problemas para alcançar a meta 8: no período em questão, o Brasil ampliou em apenas 2,3 anos a média de anos de estudo da população. Entre a população de 18 a 24 ainda há um hiato de em média 4 anos de estudo para atingir a escolarização mínima exigida pela Constituição Federal de 1988 (8 anos de estudos). Além disso, existe uma diferença expressiva entre área rural e urbana. A população da região urbana/metropolitana tem, em média, 3,9 anos a mais de estudo que a população rural.

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domingo, 21 de outubro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Universidade do Timor Leste não paga salários a professores



Grupo de 30 pessoas viajou há sete meses para o país do Sudeste Asiático por meio de um programa de cooperação acadêmica; amanhã, sexto integrante retornará ao Brasil antes do prazo acertado por estar sem receber salário desde o mês de junho
BRUNO DEIRO - de O Estado de S.Paulo
Sede da UNTL em Dili - capital do Timor Leste
Um grupo de professores brasileiros que há quase sete meses foi para o Timor-Leste para participar de um programa de cooperação acadêmica acusa a única universidade do país asiático de não cumprir o acordo. O acordo está previsto para durar até novembro, mas amanhã o sexto dos 30 docentes do projeto retornará ao País antes do prazo por causa do atraso nos salários, que não são pagos desde junho.
De acordo com os professores, há dificuldades para obter informações sobre os atrasos na Universidade Nacional do Timor-Leste (UNTL). "O reitor se recusa a nos receber e está fora do país", diz Flávio Tonnetti, que faz parte do grupo. Segundo ele, a maioria tem recorrido à ajuda de amigos e familiares, além de empréstimos em banco, para se manter no Timor-Leste.
Depois de uma seleção feita no final do ano passado pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, os professores viajaram em fevereiro para dar aula de português, biologia e química e receber um salário mensal de US$ 3,5 mil, que seria bancado pela universidade timorense. "Recebemos o primeiro pagamento somente em maio", diz Carlos Gontijo, de 29 anos, que deu aulas de língua portuguesa e retornou em junho. "Ficávamos em um hotel cujo dono aceitou receber depois as diárias de hospedagem e alimentação. Mas teve gente que não aguentou e voltou antes."
É o caso de Alexandre Marques, de 33 anos, que retornou no início de maio, graças à ajuda de um grupo de professores de uma escola portuguesa em Dili. "Eles juntaram dinheiro e pagaram os cerca de US$ 300 para a remarcação da passagem", diz o professor de português, que mora em Cotia e abriu mão de dois empregos para viajar. "Sustento minha família e achei que conseguiria juntar algum dinheiro, mas tive de voltar porque estava acumulando dívidas lá e aqui."
O Timor-Leste é uma ex-colônia portuguesa que foi ocupada pela Indonésia entre 1975 e 2002, período no qual o uso do português foi proscrito. Com a independência, em 2002, o português voltou a ser uma das línguas oficiais, mas faltam professores para ensiná-lo aos jovens.
Atrasos. Sem contrato assinado, os professores entraram no país com um visto provisório de turista, que expirou em 30 dias. O contrato foi modificado duas vezes até ser consolidado.
A UNTL alegou uma questão burocrática para o primeiro atraso no pagamento e a demora na assinatura do contrato: o estatuto da entidade não permite que o valor seja repassado diretamente aos professores estrangeiros. A gestão dos recursos ficou por conta da Fundação das Universidades Portuguesas (FUP), que efetuou o primeiro pagamento no fim de maio.
O Mackenzie, que segundo os professores teria garantido informalmente que o acordo seria cumprido, lembra que o edital previa responsabilidade total da universidade timorense pelo pagamento. "A única atribuição do Mackenzie é monitorar o desenvolvimento das atividades acadêmicas, nada interferindo no pagamento dos salários dos docentes. Mesmo com o problema do atraso de salários, as atividades acadêmicas transcorrem dentro dos prazos previstos", defende-se a entidade.
A principal queixa do grupo que continua no Timor-Leste sobre o novo atraso é de que desta vez não há esclarecimentos. "O cenário é pior, pois as relações estão desgastadas e não temos qualquer previsão de resolução", afirma Tonnetti. O Itamaraty afirma que o governo brasileiro não tem relação com o convênio firmado entre o Mackenzie e a UNTL, mas está tentado ajudar informalmente. No último dia 7, durante um evento na embaixada em Dili, os professores cobraram ações de autoridades timorenses, mas não tiveram resposta.
O Mackenzie diz ter recebido um comunicado da FUP que garante que o pagamento será feito ainda nesta semana. O Estado tentou entrar em contato com a entidade portuguesa, mas não obteve resposta.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Ranking de FOLHA apresenta UFPE (10º), UFBA (12º) e UFS (39º) entre as melhores do país


Ao longo de oito meses, a Folha levantou dados de publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de cientistas e profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking Universitário Folha).
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - a melhor do Nordeste.
Nele estão representadas 191 universidades -que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca pesquisa.
A USP figura em primeiro lugar, seguida pelas federais de Minas (UFMG) e do Rio (UFRJ). Entre as instituições não universitárias destacou-se a ESPM, com a melhor formação em publicidade, único curso que a USP não lidera, considerando-se os 20 maiores do país. Até então, o Brasil dependia de classificações globais ou, no máximo, continentais, que citam poucas instituições brasileiras e desconsideram características nacionais. A metodologia geral do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo cienciometrista (ciência que estuda a produção científica) da USP Rogério Meneghini, em conjunto com a Redação da Folha.
DESTAQUES
Dos quatro aspectos analisados na lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação, indicador que a Unicamp lidera. Outro resultado que chama a atenção é a boa avaliação das escolas privadas pelas empresas. Entre as 15 instituições mais citadas como melhores por profissionais responsáveis por contratação, seis são pagas. Os cientistas têm visão diferente: só citaram uma particular, a PUC-Rio, entre as melhores.
Entre as dez primeiras universidades na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no Centro-Oeste e uma no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do Pará, aparece na 24ª colocação do ranking. Informações como essas são importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão com defasagem. Países como EUA, China, Alemanha, Bulgária, Cazaquistão e Vietnã já fazem rankings nacionais. O Ministério da Educação brasileiro faz uma avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice Geral de Cursos).
A metodologia, porém, não prevê um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos. O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de pós-graduação. Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica das instituições.
O RUF (Ranking Universitário Folha) é uma listagem inédita das universidades brasileiras, de acordo com a sua qualidade. Para chegar ao ranking, a Folha criou uma metodologia própria (tendo como referências avaliações internacionais consolidadas), que mescla indicadores de pesquisa e de inovação e a opinião do mercado de trabalho e de pesquisadores renomados.
Os indicadores que compõem a fórmula do RUF:
- Qualidade da pesquisa: A Folha analisou nove indicadores das universidades relacionados à pesquisa científica, como proporção de professores com doutorado, número de artigos científicos por docente e número de publicações no Scielo. Peso: 0 a 55 pontos
- Qualidade de ensino: o Datafolha entrevistou 597 pesquisadores do CNPq?, amostra definida para representar o grupo dos melhores cientistas e docentes do país. A cada um deles foi pedido que apontasse as 10 melhores instituições brasileiras em sua área. Peso: 0 a 55 pontos.
- Avaliação do mercado: O Datafolha entrevistou 1.212 diretores, gerentes ou profissionais responsáveis pelos recursos humanos de empresas e instituições brasileiras, amostra definida para representar todo o setor do país. Para cada um deles foi pedido que apontasse as três instituições de ensino superior para os quais dariam preferência em um processo de contratação. Peso: 0 a 20 pontos
- Indicador de inovação: A Folha analisou a quantidade de pedidos de patentes? por cada universidade. Peso: 0 a 5 pontos
Para o ranking geral, foram consideradas apenas as universidades?, que são instituições mais completas, com ensino e pesquisa em diversos campos do conhecimento. Essas instituições precisam também cumprir exigências mais rígidas que as demais formas de organização? demais formas de organização de instituições de ensino.
O ranking geral conta com 191 universidades, distribuídas em 188 posições porque houve alguns empates. A melhor Universidade do Nordeste é a UFPE, na 10ª colocação. Na Bahia, a UFBA lidera em 12º lugar. Em Sergipe, a UFS é 39ª e a UNIT e 97ª. Veja a lista da Bahia e Sergipe e a a top das dez melhores do Brasil, segundo a FOLHA DE SÃO PAULO.
Ranking 2012
Nome da universidade
UF
Pública
Privada
Qualidade de ensino
Qualidade de pesquisa
Avaliação do mercado
Indicador de inovação
Nota total

EM SERGIPE:







39º
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
SE
Pública
0,66
39,85
8,33
3,13
51,97
97º
Universidade Tiradentes (UNIT)
SE
Privada
0
22
7,92
0
29,92

NA BAHIA:







12º
BA
Pública
2,78
47,99
17,66
3,89
72,33
55º
BA
Pública
0
38,81
4,85
1,16
44,82
60º
BA
Pública
0
38,62
4,14
0
42,76
61º
BA
Pública
0
38,7
2,52
0,5
41,72
83º
BA
Pública
0
31,79
0,96
0,5
33,25
96º
BA
Privada
0
19,96
10,08
0
30,04
98º
BA
Pública
0
20,17
8,49
0,5
29,16
146º
BA
Privada
0
6,32
10,24
0
16,56
As 10 melhores universidades
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