quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Estudante dá exemplo e reclama na internet dos problemas de sua escola


A menina loirinha e magrinha, como muitas de sua cidade, é uma das melhores alunas da sala. Ela teve a ideia após uma conversa com a irmã mais velha sobre uma estudante escocesa que fez um blog para reclamar da merenda escolar
Priscila Chammas – do CORREIO
Adolescente de 13 anos criou página no Facebook
Isadora não está no Canadá, não estrelou um clipe caseiro de ‘Para Nossa Alegria’, não estampa uma caixa de palitos há 65 anos, nem tampouco restaurou por conta própria uma obra de arte do século XIX. A estudante de 13 anos é a nova celebridade da internet por um motivo bem mais nobre: expôs no Facebook, para quem quisesse ver, alguns dos problemas do ensino público no país, a partir de fotos e comentários sobre a Escola Básica Municipal Maria Tomazia Coelho, onde estuda, em Florianópolis (Santa Catarina).
A página, intitulada Diário de Classe, foi criada pela estudante Isadora Faber em 11 de julho e até a noite de ontem já havia sido curtida por 120 mil pessoas. A menina loirinha e magrinha, como muitas de sua cidade, é uma das melhores alunas da sala. Ela teve a ideia após uma conversa com a irmã mais velha sobre uma estudante escocesa que  fez um blog para reclamar da merenda escolar.
Isadora também reclamou da merenda. Mas não ficou só nisso. Nesses quase dois meses em que a página está no ar, ela já publicou fotos de janela quebrada, paredes pichadas, fiação solta nas paredes, goteiras, vaso sanitário sem tampa, fechadura danificada, e comentários sobre o fraco desempenho dos professores auxiliares. Também foi postado um vídeo da bagunça dos alunos durante uma aula de Matemática, o que lhe trouxe problemas com a direção da escola, que solicitou a retirada das imagens.
Se todos os alunos reclamassem das condições das escolas....
“Eu e a Melina (amiga que ajudava nas postagens) paramos na diretoria e ligaram pros nossos pais e mandaram bilhete pedindo a presença deles na escola (...) pediu para tirar o vídeo do professor”, explica Isadora em uma das postagens. O vídeo foi retirado após a promessa de que o professor seria substituído, mas, como isso não aconteceu, as imagens logo voltaram pro site.
Resultados
Até esta terça (28), o professor ainda não tinha sido demitido, mas o protesto on line da aluna da 7ª série já rendeu frutos. “Já consertaram umas portas, maçanetas e bebedouros”, contou a menina ontem ao CORREIO. A entrevista, aliás, foi disputada. “Estou meio cansada, muita gente está querendo me entrevistar. Já fiz mais de 20 (entrevistas) hoje (ontem)”, contou, ainda surpresa com a repercussão de suas denúncias.  
“Eu sempre reclamei, mas nunca adiantou. Pensei que publicar poderia fazer com que a prefeitura se sensibilizasse. Mas não tinha noção do que estava por vir”. Durante uma entrevista na fan page de um jornal local, ela acrescentou que “esperava ter só uns 100 curtidores”. Dias antes, no ‘Diário’, escreveu: “Nós queremos chegar mais adiante do que isso, queremos chegar na PREFEITURA, quero que vejam isso”.
Conseguiu. A repercussão foi tão grande que motivou  uma entrevista coletiva da secretária municipal de Educação de Florianópolis, Sydneia Gaspar de Oliveira, para falar sobre os problemas apontados por Isadora. “A escola recebe R$ 4 mil mensais para resolver esses problemas pequenos. A gestão deveria ter informado, mas eles nem perceberam que os bacios (banheiros) estavam quebrados, por exemplo. A aluna foi nossa ouvidoria, só podemos elogiar atitudes assim”, disse a secretária.
A diretora da escola, Liziane Díaz Farias, reconheceu que a instituição passa por dificuldades e garantiu: “Estamos resolvendo os problemas apontados”.
Antes disso, porém, a estudante teve alguns percalços pelo caminho. “Muita gente ficou brava. Recebi indireta de professora na sala de aula, dizendo que ninguém podia ficar falando mal dos outros na internet. Estou sofrendo repressão até das merendeiras. Quando passo perto delas, elas falam: ‘Lá vem a fotógrafa, tirar uma foto’, e começam a rir”, conta.
Corajosa, Isadora até postou uma mensagem debochando de uma tentativa de intimidação que recebeu ‘in box’: “Se existisse realmente uma lei (que proibisse tirar foto da escola), por que deixar o recado só pra mim, e não publicar na minha página?”, provocou a estudante, que sempre teve apoio da família.  
Estudantes da Bahia aprovam ideia
Protesto bem-humorado, 'Vida de Estudete"
Como para a internet não há distância, estudantes soteropolitanos também ‘curtiram’ a iniciativa da fanpage Diário de Classe. “(O Facebook) é uma rede que quase todo mundo tem, está bombando, é uma forma dos nossos problemas se transformarem no problema de todos”, diz o estudante Anderson Conceição da Silva, 17 anos. “É o melhor meio hoje em dia, os alunos veem, compartilham e chega mais rápido aos ouvidos de quem tem que resolver a situação”, completa a presidente da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (Ages), Raquel Barbosa, 20.
E se houvesse um ‘Diário de Classe’ que relatasse os problemas das escolas públicas de Salvador, quais reclamações chegariam na página? Foi essa a pergunta que o CORREIO fez a estudantes de Salvador.
Aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Deputado Manoel Novais, no Canela, Tiago Jesus da Silva, 18, afirma que a principal queixa em relação a unidade é a falta de professores. “O problema tem sido muitas aulas vagas, por causa da falta de professores, como da disciplina Português. E isso tem acontecido depois de toda essa greve que enfrentamos. A escola passou por reforma, então quanto a estrutura física não tenho o que reclamar”, relata.
O mesmo não pode dizer Raquel Barbosa, que estuda no Colégio Estadual Landulfo Alves, na Cidade Baixa. Rachaduras, ferrugens, infiltrações, falta de bebedouros e o mau cheiro do esgoto estão entre as queixas dos estudantes.
“Recentemente, um PVC do teto caiu no ombro de um aluno, os elevadores estão quebrados e os cadeirantes são obrigados a subir em  uma rampa que até alaga quando chove, por causa de buracos. Minha escola está em uma situação abominável”, diz Raquel.
A situação do Landulfo Alves é compartilhada por alunos do colégio, através do Facebook. O perfil da Ages, que tem quase 2 mil amigos, compartilha notícias que envolvem a educação no Brasil.
Alunos do Colégio Estadual Marquês de Maricá, no Pau Miúdo, contam que no seus diários relatariam algo que tem dificultado os estudos ultimamente: “A escola está sem ventilador, é um calor dos infernos. Assim fica difícil”, diz o estudante do 3º ano do ensino médio Anderson Silva.
Estudetes de Itaparica chamaram atenção para greve
Cheias da greve dos professores da rede estadual, que começou em abril e durou 115 dias, as primas Bruna e Jamile Moreira,  18 e 19 anos, junto com a amiga Isabele Alcântara, 20, se tornaram exemplo de webcelebrities na Bahia.
A fama foi conquistada com um vídeo divulgado no site Youtube em que o trio aparece dançando a música Vida de Estudete, parodiando o repertório das protagonistas da novela Cheias de Charme (Globo/TV Bahia).
As estudetes de Itaparica, como ficaram conhecidas, são alunas do Colégio Estadual Democrático Jutahy Magalhães, onde foi solicitado o trabalho escolar   por uma professora que não aderiu ao movimento - que veio a dar no vídeo.
O vídeo, que chegou a ter quase 400 mil visualizações, fala da greve e também chama atenção para a educação no estado. Após a greve,  elas continuam apresentando um programa na Rádio Tupinambá FM, de Itaparica, onde dão dicas de vestibular.
Colaborou Alexandro Mota.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Novo Ensino Médio: Investimento deve ser em treinamento, diz professora americana


MARIA CRISTINA FRIAS – da Folha de São Paulo
A proposta do MEC (Ministério da Educação) de agrupar as 13 matérias do ensino médio em quatro áreas pode ser válida, mas demanda apoio e reciclagem de professores. A opinião é da professora norte-americana Deborah Stipek, ex-reitora da Escola de Educação de Stanford.
"No mundo real, humanidades e ciências são interconectadas. Um currículo integrado permite a professores organizar o ensino em torno de debates grandes e significativos, o que pode ser mais motivador para estudantes."
Debora Stipek
O tema da motivação é uma das especialidades de Stipek, que escreveu, entre outros estudos acadêmicos, o livro "Motivation to Learn: Integrating Theory and Practice" ("Motivação para Aprender: Integrando Teoria e Prática", ed. Allyn and Bacon). "Alunos perdem motivação na escola porque não são mais donos de suas próprias atividades como quando pequenos -fazem agora o que mandam", diz ela. "Muitas tarefas são frustrantes ou enfadonhas. Em escolas que têm ensino mais individualizado e enfatizam a aprendizagem pessoal, tende a não diminuir tanto." Outro objeto de estudos de Stipek é a faixa pré-escolar.
A criança deve ir para a escola o quanto antes? "Crianças de um e dois anos de idade não vão à pré-escola nos Estados Unidos. A evidência de benefícios no longo prazo é muito forte para o início de alguma escolarização aos quatro anos. Aos três, é mais fraca", afirma. A seguir trechos da entrevista da ex-reitora que participa hoje do 1º Seminário Internacional do Centro Lemann para o Empreendedorismo e a Inovação na Educação Brasileira, em São Paulo.
FUSÃO DE MATÉRIAS
É difícil julgar o projeto [do MEC] sem conhecer os detalhes. Há um valor razoável em um ensino mais integrado. A eficácia de uma mudança como essa dependerá do apoio que professores terão. Vão necessitar de oportunidades para ensinar em equipes e vão precisar de novo treinamento.
EXEMPLOS NO MUNDO
Esse modelo foi experimentado nos EUA. Por exemplo, alguns estudantes têm o que chamado "horário em bloco", como humanidades (principalmente história e literatura) durante uma metade do dia, e matemática e ciências, na outra metade. Em geral, química, biologia e física são ensinados em anos diferentes, mas muitos estudantes têm um ano de curso de ciências integrado. Se os professores não conhecem um tópico que deveriam ensinar (por exemplo, o de química dar biologia e física no ensino integrado), o melhor é ter um professor "equipe". Nesse caso, três professores de ciências planejam lições juntos. Um pode dar a parte que é mais de química, por exemplo. É importante não pedir a um professor ensinar o que não sabe. Quando qualquer mudança é feita na organização do ensino, professores têm de ser treinados de novo. Eles precisam de desenvolvimento profissional, o que inclui apoio e orientação.
Quando colocar na escola?
Temos muito mais evidência de benefícios no longo prazo para quatro anos de idade do que para três anos. O que se encontrou é que começar um ano antes, aos três, pouco acrescenta. Crianças com um ou dois anos não vão à escola nos EUA. Se eles estiverem em um tipo de "home care fora de casa", é para que os pais possam trabalhar.
PERDA DE MOTIVAÇÃO
Quando pequenas, as crianças são donas de seu próprio aprendizado. Elas escolhem atividades que lhes interessam e, se têm dificuldades, podem mudar sem problemas. Na fase escolar, as tarefas são muitas vezes difíceis (e, por isso, frustrantes) ou muito fáceis (e, então, enfadonhas). As crianças passam a ser avaliadas. E algumas crianças sentem não só frustração, mas fracasso. Isso faz o entusiasmo por aprender diminuir. Mas tenho visto escolas que enfatizam aprendizado pessoal e avaliam de forma que todas as crianças experimentem sucesso independentemente de nível em relação aos colegas.
TECNOLOGIA PARA PEQUENOS
Crianças pequenas aprendem com os sentidos e pelo envolvimento em atividades. Uma boa parte do tempo delas deveria ser gasto interagindo com pessoas e objetos. Mas tecnologia pode ser incluída em um programa educacional por breves períodos de tempo. Professores que a usam precisam ter clareza quanto ao seu objetivo pedagógico (em vez de apenas manter crianças ocupadas).
DESTINO DE VERBA PÚBLICA
Se tivesse de escolher entre alocar verba pública para treinamento de professores e investimento em tecnologia nas escolas, colocaria mais recursos no desenvolvimento profissional dos docentes. A evidência de pesquisa é muito clara: a qualidade do ensino é o fator mais importante no desenvolvimento de crianças. Tecnologia pode ser um instrumento importante, mas como professores a usam é mais importante do que a própria tecnologia.
ROTINA NA ESCOLA
Ficar sentado muito tempo preenchendo apostilas e folhas não é apropriado e é uma boa forma de desviar crianças da escola. Professores eficientes criam oportunidades de aprendizado em atividades do brincar, como aprender medidas ao fazer biscoitos e a contar enquanto encenam histórias. Bons professores criam atividades de aprendizado que estimulam o interesse das crianças e são percebidas como brincadeiras, mas têm objetivos claros.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

>>>Cheio de Arte: Aleijadinho e o Barroco

>>>Cheio de Arte: Aleijadinho e o Barroco: Aleijadinho A arte barroca de Aleijadinho Antônio Francisco Lisboa, nosso Aleijadinho, tinha esse apelido devido a uma doença d...

¨¨¨Landisvalth Blog: Reportagens de VEJA mostram fragilidades da nossa ...

¨¨¨Landisvalth Blog: Reportagens de VEJA mostram fragilidades da nossa ...: Educação: Só 11 estados aprovam mais de 80% dos alunos no 6º ano Pesquisa do Inep revela que as primeiras séries de cada ciclo escolar c...

Nova lei das cotas em universidades federais vai afetar vestibular deste ano


Texto aprovado nesta terça-feira, 7, pelo Senado será sancionado pela presidente Dilma Rousseff em até 15 dias e passa a valer ao ser publicado
Débora Bergamasco – de O Estado de S.Paulo
Quem prestar vestibular no fim deste ano já poderá ser afetado pela Lei das Cotas, aprovada nesta terça-feira, 7, pelo Senado. O texto vai ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff em até 15 dias e passará a valer assim que for publicado. As universidades federais terão até quatro anos para se adaptar às novas regras, mas até um ano para adotar ao menos 25% do que a lei prevê - ou seja, terão de implementar o novo modelo de cotas em uma escala menor. Reitores criticaram a medida, alegando que fere a autonomia universitária. A federal que promove apenas um vestibular por ano terá necessariamente de adotar esse sistema de cotas em seu exame do final de 2012 ou início de 2013. Já universidades que realizam duas provas anuais, como a UnB, de Brasília, poderão adotar o novo sistema só em meados do ano que vem. A nova lei prevê que 50% das vagas de todos os cursos e turnos das federais sejam reservadas a estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública. Uma parte dessas vagas deve ser dedicada a negros, pardos e índios, e outra a alunos com renda familiar igual ou menor a 1,5 salário mínimo per capita. A maioria das universidades já adota algum tipo de ação afirmativa, mas poucas atingem um porcentual de 50% das vagas. Em meio à satisfação da presidente Dilma Rousseff e ao descontentamento dos reitores, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, optou por não comentar nada sobre a aprovação da lei das cotas. Oficialmente, ele quer primeiro conversar com a presidente, se inteirar sobre o assunto, para só então se manifestar. Nos bastidores, a conversa é outra. Entre os que trabalharam pela aprovação do projeto de lei é quase unânime a tese de que Mercadante nunca foi simpático ao sistema. Ele teria, até mesmo, pedido várias vezes que o projeto não entrasse na pauta de votação - resistência atribuída à rejeição do tema no Estado de São Paulo, seu reduto eleitoral. Mas o cenário foi ficando cada vez mais propício para a votação dessa lei especialmente após a aprovação pelo Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade das cotas. Outro facilitador, acreditam interlocutores, foi a saída de Demóstenes Torres (sem partido-GO) do Senado, que sempre foi forte opositor das cotas e grande agregador de parlamentares. Aprovado o projeto, a quebra da autonomia universitária é a principal crítica de reitores à decisão do Senado. Representante dos reitores, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) posiciona-se contra o projeto desde que a tramitação começou. "Quase todos os reitores são a favor de políticas afirmativas, mas as ações devem ser estabelecidas a partir da autonomia, respeitando a especificidade de cada região", afirma o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, reitor da Federal do Pará (UFPA). "Aqui no Pará definimos cota de 50% para escola pública, nem haverá grande mudança. Mas fomos nós que decidimos e essa fórmula não pode ser aplicada em todas." Para o reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Walter Albertoni, a definição de 50% é preocupante e pode resultar em queda de qualidade de ingressantes, principalmente em cursos mais exigentes, como Medicina. "Ainda não dá para saber como vai ser o desempenho com esse porcentual", diz ele. A Unifesp reserva 10% de vagas de cada curso e o desempenho dos alunos é considerado bom, segundo Albertoni. O reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Helio Waldman, discorda. Segundo ele, é imprescindível porcentual como esse. "Não adianta colocar cotas pequenas. Quando se tem 10%, por exemplo, frequentemente a nota de corte é até superior ao dos não cotistas, pois essas vagas serão preenchidas por alunos vindos de escolas técnicas e colégios militares, que, em geral vêm de famílias com renda alta", diz ele.
Intromissão. O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, criticou a "intromissão indevida" do Congresso. "O Senado está transferindo a responsabilidade do ensino médio de qualidade, que cabe aos governadores e prefeitos, para as universidades. Estão passando o pepino", afirmou Salles. Recentemente, a UFF aprovou a reserva de 25% das vagas. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) precisará de poucos ajustes para se adequar à lei. "Nossa política de cotas é semelhante à aprovada pela Câmara", diz a reitora Dora Leal Rosa. Em vigor desde 2004, o sistema de cotas da UFBA reserva 43% das vagas a estudantes que tenham cursado todo o ensino médio - além de pelo menos um ano do ensino fundamental - em escolas públicas. Além disso, oferece 2% das vagas a descendentes de índios. Dentro da cota, 85% são direcionadas a negros e pardos, seguindo as proporções da população baiana.  Com informações complementares de BRUNO DEIRO, CLARISSA THOMÉ, OCIMARA BALMANT e PAULO SALDAÑA.