sexta-feira, 30 de novembro de 2012
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terça-feira, 27 de novembro de 2012
O Brasil está em penúltimo lugar em educação
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong. Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados. Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação. Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados. Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber. "A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos". No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
CULTURA E IMPACTOS ECONÔMICOS
Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura. Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos. O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual. Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado". Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking. Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas. Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, veem-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido. O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários. Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
DIAGNÓSTICO
Num outro ranking, abrangendo mais países, o Brasil está no 88º, em 2011. A pergunta é: Por quê? A gestão ineficiente, o desprestígio do magistério e a má formação dos professores são alguns dos empecilhos ao salto educacional brasileiro.
Marcelo Gonzatto – do jornal ZERO HORA (Agosto de 2012)
Os problemas da educação brasileira extrapolam os limites da sala de aula. O desempenho pífio revelado em avaliações internacionais se deve a uma combinação de falhas de educadores, governantes e famílias, na opinião de especialistas. Essas deficiências incluem erros de gestão, falta de recursos e pouca cobrança social por resultados que façam jus ao atual peso econômico e político do Brasil.
O desafio de alcançar um ensino de qualidade foi eleito o tema da nova campanha institucional do Grupo RBS, deflagrada na terça-feira, 28 de Agosto de 2012, sob o slogan A Educação Precisa de Respostas. Para investigar quais são os principais nós que comprometem a aprendizagem no país e descobrir como desatá-los, uma série de reportagens em rádios, tevês e jornais vai responder a questionamentos concretos sobre o atual cenário da educação nacional.
A primeira dessas perguntas é como pode um país que alcançou a sexta posição entre as maiores economias do planeta ostentar um constrangedor 88º lugar em um ranking mundial publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no ano passado. As respostas, oferecidas por especialistas nacionais na área, resumem os principais entraves ao avanço educacional brasileiro.
Superados estes obstáculos, o país poderia experimentar nos próximos anos um acréscimo de qualidade significativo nas escolas e vencer um atraso histórico.
— Temos de levar em conta que começamos a nos preocupar com educação com quatro, cinco séculos de atraso em relação a outros países. É impossível recuperar isso do dia para a noite, mas temos de investir melhor para não perdermos mais tempo — observa o economista Claudio de Moura Castro.
Confira, a seguir, alguns dos principais empecilhos ao salto educacional brasileiro.
1 - GESTÃO INEFICIENTE
Especialistas em educação sustentam que não basta apenas despejar mais dinheiro no sistema educacional brasileiro. Outra disciplina em que o país encontra dificuldades é como aplicar bem os recursos disponíveis — que este ano devem somar R$ 114 bilhões.
— Há mau gerenciamento, e não é porque as pessoas são incompetentes. As estruturas são viciadas por clientelismo e corporativismo. Há nomeações políticas de diretores, em muitos lugares há dois professores para cada classe, tem muita gente que não trabalha. É uma cultura gerencial difícil de desmontar — avalia o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira.
Exercício
A proporção de alunos por professor é ruim em muitas regiões do país. Conforme informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em cidades do Piauí, por exemplo, há apenas oito alunos para cada professor — o que torna o sistema caro e pouco eficiente.
No Rio Grande do Sul, um estudo da especialista em Educação e ex-secretária estadual Mariza Abreu aponta que há 17 alunos por professor na rede estadual — mas, considerando os educadores que estão fora de aula, cedidos para outras atividades, essa média cai para 15 por um. A própria CNTE entende que esse indicador deveria ficar entre 18 e 23 para um.
Tema de casa
O Brasil deve aprimorar a gestão da educação, melhorar a administração escolar, evitar interferências políticas e qualificar a distribuição de recursos e pessoal para aumentar a eficiência das redes de ensino.
2 - DESPRESTÍGIO DO MAGISTÉRIO
Falhas na gestão do ensino explicam, em parte, a dificuldade para desatar outro nó da educação brasileira: a baixa remuneração dos professores — tanto na rede pública quanto na particular. Os baixos salários têm duplo impacto: além de oferecerem pouco estímulo aos profissionais em ação, afugentam da carreira muitos dos melhores alunos.
– A baixa aprendizagem decorre da ausência de professores com qualidade. Tornar o magistério um objeto de desejo dos jovens é fundamental. Nos países com boa educação, ser professor tem bom retorno financeiro e reconhecimento social — avalia Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos pela Educação.
No Painel RBS realizado na terça, o especialista observou que, enquanto um professor ganha, em média, R$ 1,8 mil, outro profissional com titulação equivalente recebe R$ 2,8 mil. Países que estão no topo da educação mundial, como Coreia do Sul e Finlândia, pagam bem seus professores, o que lhes permite atrair mais interessados e selecionar os melhores.
Exercício
No Brasil, um professor que receba o piso nacional de R$ 1.451 acumula ao longo de um ano, incluindo o 13º salário, o equivalente a cerca de US$ 9,3 mil.
Tema de casa
Para melhorar as condições de vida dos professores e atrair profissionais mais capazes, o país precisa elevar a remuneração dos educadores. A média dos países da OCDE, por exemplo, fica ao redor de US$ 30 mil anuais, cerca de três vezes mais do que o piso brasileiro em dólar.
3 - MÁ FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Para especialistas, o modelo de treinamento dos mestres brasileiros é uma das razões principais para o desempenho pífio dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais. A principal crítica é de que os cursos não preparam adequadamente.
— Em primeiro lugar, para se formar um bom professor, você tem de aprender o conteúdo a ser ensinado. Em segundo, você tem de aprender a dar aula. O terceiro é tudo mais, ou seja, cultura, ideologia, identidade do professor, antropologia e sociologia da educação, legislação, tudo o que é periférico. No Brasil, as faculdades só ensinam o “tudo mais”, o periférico. Faltam os temas centrais — diz o economista e especialista em educação Claudio de Moura Castro.
Exercício
Além da má formação, em muitos casos o professor brasileiro não tem a graduação exigida para dar aula.
Tema de casa
Na avaliação de especialistas, o Brasil precisa revisar a formação dos professores, agregando mais prática à teoria, e ampliar o acesso dos educadores aos cursos superiores de licenciatura.
4 - BAIXO INVESTIMENTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Um dos problemas que o país precisa resolver para elevar a qualidade do seu ensino é de matemática. O Brasil aplica, em média, um valor muito baixo para cada estudante da educação básica. O gasto público, em 2010, era de apenas R$ 3,5 mil ao longo de um ano. Isso representa todo o investimento estatal feito diretamente em educação dividido pelo número de alunos.
— Ainda investimos menos do que países como Argentina, México ou Chile — compara Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação.
Uma comparação internacional feita com base nas cifras aplicadas em 2008 convertidas para dólar demonstra que, em uma lista de 34 países, o Brasil só aplicou mais dinheiro por aluno de qualquer nível de ensino do que a China. Outro problema é o desequilíbrio entre os níveis educacionais. Enquanto há R$ 17,9 mil disponíveis ao ano para cada universitário, o estudante do Fundamental ao Médio conta com cinco vezes menos.
Tema de casa
O Brasil está discutindo para quanto deve se elevar o gasto nacional em educação. Atualmente em 5,1% do PIB, o novo Plano Nacional de Educação prevê um crescimento para até 10%.
5 - POUCA INOVAÇÃO NA SALA DE AULA
As dificuldades de formação e remuneração dos profissionais da educação, somadas às restrições de orçamento, resultam em outro problema: a dificuldade para apresentar um sistema de ensino renovado, inovador e capaz de despertar o interesse dos estudantes.
— Temos hoje uma situação em que a escola é do século 19, o professor é do século 20, mas o aluno é do século 21. Precisamos colocar todos no mesmo século. Para isso, é preciso ter um currículo atraente, com inovação e criação de mecanismos que estimulem a pesquisa. O aluno do século 21 não quer coisa pronta, enlatada – analisa Mozart Neves Ramos.
Exercício
A pesquisa O Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Escolas Brasileiras, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou no ano passado que 92% das escolas públicas urbanas têm computador conectado à internet, mas...
...apenas 4% dos equipamentos estão presentes na sala de aula.
...64% dos professores acreditam que os alunos sabem mais do que eles sobre uso da informática.
...75% dos educadores dependem de apoio informal para usar a informática na educação.
Tema de casa
O país precisa realizar uma combinação de mais investimento, melhor formação e estímulo à renovação das práticas de ensino a fim de torná-lo mais atraente, interativo e adequado ao mundo digital do século 21.
6 - BAIXA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Os problemas da educação brasileira não estão apenas dentro do colégio. Um dos elementos apontados para o mau desempenho internacional é o pouco envolvimento de quem está do lado de fora dos muros escolares no universo da educação. A pouca intimidade foi demonstrada pela pesquisa Educar Para Crescer, realizada pelo Ibope: 72% das famílias brasileiras se dizem “satisfeitas”com a educação nacional, e dão uma média 7 (em uma escala de zero a 10) para as escolas públicas e privadas.
Exercício
Confira indícios da pouca importância que a educação tem no imaginário da população brasileira:
— 70% não sabem o que o prefeito está fazendo para melhorar a qualidade do ensino
— 1% dos eleitores considera as propostas de educação determinantes na hora do voto
— 89% não veem a educação como principal problema do país
— 20% acreditam que a educação também responsabilidade da população
— 7% acham que educação é responsabilidade dos pais
— 68% pensam que a responsabilidade é do governo.
Informações da Folha de São Paulo e do jornal Zero Hora.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
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sábado, 24 de novembro de 2012
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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terça-feira, 20 de novembro de 2012
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
As metas da educação no Brasil
Do portal da revista EDUCAÇÃO
Veja quanto falta para o país
atingir as metas do novo Plano Nacional de Educação
Após 18 meses de tramitação, a
Câmara dos Deputados aprovou essa semana o Plano Nacional de Educação (PNE). O
documento define 20 metas educacionais que devem ser cumpridas até 2012, como a
erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar para
toda a população de 15 a 17 anos. O texto segue agora para aprovação do Senado.
Durante esses meses, a Educação
analisou quanto falta para o país atingir algumas dessas metas. Veja abaixo uma
compilação desses dados.
Ensino médio: é preciso acelerar
A terceira meta do novo Plano
Nacional de Educação (PNE) estabelece duas prioridades: universalizar, até
2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até
2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, na mesma faixa
etária. Para atingi-las, será preciso que haja uma evolução bem mais rápida que
a ocorrida nos últimos anos.
No que tange à universalização,
o crescimento da cobertura tem sido lento. Em 1999, o atendimento escolar para
jovens de 15 a 17 anos era de 76,1%. Cinco anos depois, a taxa subiu para 79,2%
- entre 1999 e 2004, uma evolução de 4,07%. Em 2009, o percentual de jovens com
acesso à escola foi de 82,2%, com uma taxa de crescimento um pouco menor que a
do período anterior, de 3,78%. Para que a meta se concretize e a taxa seja de
100% em 2016, é preciso que o crescimento seja quase seis vezes maior que o do
período anterior.
Aumentar a taxa líquida de
matrícula (que indica a porcentagem de alunos frequentando escola no nível
adequado) também exigirá esforço significativo. O gráfico abaixo mostra que a
taxa líquida passou de 20% em 1992 para 44% em 2000, crescimento de 120%.
Depois dessa arrancada, a expansão passou a crescer em ritmo mais vagoroso,
atingindo os 50,9% em 2009, evolução de 15,6% no período. Para chegar a uma
taxa líquida de 85%, o crescimento de 2011 a 2020 terá de ser mais de quatro
vezes maior que o do período anterior.
A trajetória do Ideb
A meta número sete do novo Plano
Nacional de Educação traz à tona uma boa notícia: em 2009, as médias nacionais
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) já estavam praticamente
dentro dos índices previstos para 2011. Como mostra a tabela abaixo, a média
esperada em 2011 para os anos iniciais do ensino fundamental era 4,6 (já
alcançada em 2009). Para os anos finais do fundamental, o Ideb esperado era 3,9
- a meta foi ultrapassada em 2009. No ensino médio, espera-se um Ideb de 3,7 em
2011 - a média dois anos antes foi de 3,6.
Para alcançar a meta de 2021, o
Brasil precisa ganhar 1,4 ponto no primeiro ciclo do ensino fundamental, 1,5
ponto no segundo ciclo do fundamental e 1,6 no ensino médio. A julgar pela
trajetória do Ideb até aqui, a maior dificuldade será justamente com o ensino
médio. De 2005 a 2009, o avanço foi de 0,2 ponto - no primeiro e no segundo
ciclos do fundamental, a variação foi de 0,8 e 0,5, respectivamente.
O Ideb é calculado com base na
taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no
Sistema de Avaliação Nacional da Educação Básica (Saeb). O índice foi criado em
2007 pelo Inep como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Alfabetismo em foco
Entre 1970 e 2000, o Brasil
aumentou a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais em 28%. Em
1970, o índice era de 67,1% e passou para 86,4% em 2000. Nessas três décadas, a
que apresentou maior evolução percentual da base de alfabetizados em dez anos
foi a 70/80, com aumento de 9,6% do total, seguida do período 91/2000, com
8,1%. A famosa "década perdida" - o período entre 80 e 91 - foi o de
crescimento mais baixo, com 7,1%. Depois disso, a velocidade de redução do
problema diminuiu. De 2000 a 2009, segundo dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) - os dados anteriores são do Censo - a evolução
foi de 4,51%, com a taxa de alfabetização chegando aos 90,3%.
Para alcançar a meta 9 do Plano
Nacional de Educação tal como proposta pelo governo, ou seja, elevar a taxa de
alfabetização desse segmento para 93,5% em 2015 (o objetivo final é a
erradicação do analfabetismo em 2020), será preciso progredir, em cinco anos,
em uma velocidade quase equivalente a esta - expansão de 3,54% do alfabetismo.
No entanto, quanto mais se reduz
o percentual geral de analfabetos, parece ficar mais difícil atingir as metas.
A chave para isso está em acertar a receita para a Educação de Jovens e
Adultos. A modalidade perdeu 700 mil alunos de ensino fundamental entre os anos
de 2006 e 2009. Entender o que não está funcionando neste ciclo será fundamental
para atingir a meta.
Um desafio antigo
Em 2009, apenas 67% dos 1,9
milhão de docentes brasileiros apresentavam formação de nível superior. O
percentual, que ainda pode ser considerado pequeno, representa um salto de
aproximadamente 15 pontos percentuais em relação a 2000, quando o valor era de
52% (em relação a 2,4 milhões de profissionais). Sem levar em conta as
variações no número total de docentes, é possível fazer uma projeção estimada do
percentual de professores com diploma de ensino superior em 2019: 82%. O
percentual está longe dos 100% previstos pela meta 15 do Plano Nacional de
Educação (até 2020 todos os professores da Educação Básica deverão ter formação
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuarem).
Uma das estratégias para que a
meta seja cumprida foi a criação do Plano Nacional para Formação de
Professores. Com objetivo de assegurar até 2014 uma vaga gratuita em universidade
a todos os professores sem diploma de grau superior, o programa não atingiu o
número de matrículas esperado: a previsão era chegar em 2011 com 240 mil
matriculados. No final de 2010, o total de alunos estava na faixa dos 80 mil - apenas
12,5% dos professores sem formação superior.
Escolaridade na zona rural
O brasileiro tem em média 7,5
anos de estudo, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A meta 8 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que
a escolaridade média da população de 18 a 24 anos deve ser elevada de modo a
alcançar o mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, das regiões
de menor escolaridade e dos 25% mais pobres. Essa realidade está longe de ser
atingida, ao menos no que diz respeito às populações rurais. Em 2001, apenas
0,2% dos 22,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade, residentes na
zona rural, completaram 12 anos de estudo. Oito anos depois, esse número teve
um aumento de 0,69 ponto percentual - de um total de 26,3 milhões de pessoas,
246 mil atingiram os 12 anos de estudo.
Uma análise feita pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a Pnad entre 1992 e 2009 reforça a
ideia de que o país encontrará problemas para alcançar a meta 8: no período em
questão, o Brasil ampliou em apenas 2,3 anos a média de anos de estudo da
população. Entre a população de 18 a 24 ainda há um hiato de em média 4 anos de
estudo para atingir a escolarização mínima exigida pela Constituição Federal de
1988 (8 anos de estudos). Além disso, existe uma diferença expressiva entre
área rural e urbana. A população da região urbana/metropolitana tem, em média,
3,9 anos a mais de estudo que a população rural.
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
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sábado, 3 de novembro de 2012
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